Durante milênios
as mulheres se perderam de sua essência. Submetidas a uma sociedade patriarcal,
voltada à manifestações sociais masculinas, as mulheres foram se afastando da
sua conexão interior e da sua verdadeira energia primordial e pura. A feminilidade
se tornou algo secundário e inferior. Entretanto nas ultimas décadas onde
movimentos feministas têm buscado trazer às mulheres seus direitos civis, a
essência feminina ainda está sendo deixada de lado, e para piorar, está sendo
vista como manifestações de fraqueza e de emotividade. As mulheres do século
XXI estão buscando se igualar aos homens, não apenas em vista civil e legal
como é de direito, mas também ética e emocionalmente, não levando em
consideração que elas carregam um sagrado gerador dentro de si, e que essa
energia deve ser desenvolvida e preservada.
Os movimentos do sagrado feminino surgiram, dentre vários motivos, para
ajudar as mulheres a preencherem essas lacunas emocionais e espirituais de um momento
social transitório.
O feminino foi
reverenciado desde o inicio da humanidade. Durante o paleolítico e o neolítico
era frequentemente reverenciado como a grande mãe, geradora e mantedora de toda a vida na terra. Nas sociedades
posteriores, essa divindade foi dividida em varias manifestações da
personalidade e energia feminina, formando diversas deusas, em sociedades e
panteões diferentes. Com o tempo, as
mudanças culturais e religiosas foram fazendo com que muitas delas fossem
esquecidas e hoje mal compreendidas. Apenas há poucas décadas atrás que essas
energias começaram a serem resgatadas. Hoje temos muitos grupos e círculos de
homens e mulheres que vêm recuperando esse conhecimento e desenvolvendo-o em
uma nova forma de espiritualidade.
A Espiritualidade da Deusa é focada no respeito à natureza e
a todas as manifestações de vidas, na percepção de que tudo é sagrado, no
cultivo da compaixão e aceitação do caminho dos outros, no reconhecimento da
sabedoria e da intuição, e na celebração da unidade da criação com alegria. A
percepção do sagrado feminino possibilita a mulher uma nova e mais rica consciência
e um despertar do poder ancestral que existe dentro dela. Um poder inato que se
manifesta na intuição, na percepção, na criatividade, na compaixão, no amor e na conexão com sigo mesma, com o
divino e com o todo.
O poder vindo da deusa possibilita a expansão do potencial mental, criativo, emocional e espiritual,
levando a mulher ao desenvolvimento do seu poder que está na sabedoria, na
compreensão intuitiva, sabia e imparcial dos processos da vida. As mulheres que
buscam a espiritualidade da deusa almejam a expansão da consciência, a honra a
vida e a sacralidade do todo.
Para as antigas tradições a Terra e a mulher eram
consideradas sagradas pelo seu poder criativo e renovador, sendo essas
manifestações da própria deusa. Nos mistérios dos cultos femininos, honram-se
os ciclos eternos de vida, morte e renascimento, compelindo as mulheres a
responsabilidade de receber e cuidar da vida como mães, curandeiras ou
parteiras, observar e auxiliar nas transições como sacerdotisas, e servir como
intermediaria entre o humano e o divino como profetisas e oráculos.
Diferente das religiões, o sagrado feminino não se baseia em
regras, mas sim no autoconhecimento e na busca do sagrado dentro de si, entendendo
que em cada um há uma deusa, e que só encontrara as repostas que precisa
aprendendo a escutar a sua voz interior e as suas próprias crenças. Quando a mulher atinge o poder de enxergar em
si a manifestação da própria Mãe Terra, ela passa e perceber que seus ciclos
são semelhantes aos da terra, e deixa a energia da natureza fluir dentro de si,
tornando sua mente mais criativa, adquirindo uma consciência mais ampla, e
criando mais confiança em si e nos caminhos que decidiu escolher seguir. O
encontro com o sagrado feminino ocorre de dentro para fora, descobrindo sua
própria força e essência, compreendendo e aceitando melhor seus próprios ciclos
naturais como a menstruação, a gestação, a menarca, a menopausa, os sinais da
idade e ate a morte.
Todas as mulheres que decidiram buscar o sagrado feminino
receberam um chamado interior, e independente do caminho que decidiram trilhar,
todas seguem em rumo ao mesmo desafio: entrar em um caminho de energias cíclicas,
quebrar os padrões e retomar as raízes, curar o planeta e o coração humano,
levando a Terra a uma nova vibração.
Fonte: Roberta Struzani
Mirella Faur www.sitioremanso.multiply.com
Gratidão.
Abençoados sejam.
Bruxa Nimueh de Ísis
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