19/12/2016

Conhecendo o Sagrado Feminino


     Durante milênios as mulheres se perderam de sua essência. Submetidas a uma sociedade patriarcal, voltada à manifestações sociais masculinas, as mulheres foram se afastando da sua conexão interior e da sua verdadeira energia primordial e pura. A feminilidade se tornou algo secundário e inferior. Entretanto nas ultimas décadas onde movimentos feministas têm buscado trazer às mulheres seus direitos civis, a essência feminina ainda está sendo deixada de lado, e para piorar, está sendo vista como manifestações de fraqueza e de emotividade. As mulheres do século XXI estão buscando se igualar aos homens, não apenas em vista civil e legal como é de direito, mas também ética e emocionalmente, não levando em consideração que elas carregam um sagrado gerador dentro de si, e que essa energia deve ser desenvolvida e preservada.  Os movimentos do sagrado feminino surgiram, dentre vários motivos, para ajudar as mulheres a preencherem essas lacunas emocionais e espirituais de um momento social transitório.
     O feminino foi reverenciado desde o inicio da humanidade. Durante o paleolítico e o neolítico era frequentemente reverenciado como a grande mãe, geradora e mantedora  de toda a vida na terra. Nas sociedades posteriores, essa divindade foi dividida em varias manifestações da personalidade e energia feminina, formando diversas deusas, em sociedades e panteões diferentes.  Com o tempo, as mudanças culturais e religiosas foram fazendo com que muitas delas fossem esquecidas e hoje mal compreendidas. Apenas há poucas décadas atrás que essas energias começaram a serem resgatadas. Hoje temos muitos grupos e círculos de homens e mulheres que vêm recuperando esse conhecimento e desenvolvendo-o em uma nova forma de espiritualidade.
     A Espiritualidade da Deusa é focada no respeito à natureza e a todas as manifestações de vidas, na percepção de que tudo é sagrado, no cultivo da compaixão e aceitação do caminho dos outros, no reconhecimento da sabedoria e da intuição, e na celebração da unidade da criação com alegria. A percepção do sagrado feminino possibilita a mulher uma nova e mais rica consciência e um despertar do poder ancestral que existe dentro dela. Um poder inato que se manifesta na intuição, na percepção, na criatividade, na compaixão,  no amor e na conexão com sigo mesma, com o divino e com o todo.
     O poder vindo da deusa possibilita a expansão do potencial  mental, criativo, emocional e espiritual, levando a mulher ao desenvolvimento do seu poder que está na sabedoria, na compreensão intuitiva, sabia e imparcial dos processos da vida. As mulheres que buscam a espiritualidade da deusa almejam a expansão da consciência, a honra a vida e a sacralidade do todo.
     Para as antigas tradições a Terra e a mulher eram consideradas sagradas pelo seu poder criativo e renovador, sendo essas manifestações da própria deusa. Nos mistérios dos cultos femininos, honram-se os ciclos eternos de vida, morte e renascimento, compelindo as mulheres a responsabilidade de receber e cuidar da vida como mães, curandeiras ou parteiras, observar e auxiliar nas transições como sacerdotisas, e servir como intermediaria entre o humano e o divino como profetisas e oráculos.
     Diferente das religiões, o sagrado feminino não se baseia em regras, mas sim no autoconhecimento e na busca do sagrado dentro de si, entendendo que em cada um há uma deusa, e que só encontrara as repostas que precisa aprendendo a escutar a sua voz interior e as suas próprias crenças.  Quando a mulher atinge o poder de enxergar em si a manifestação da própria Mãe Terra, ela passa e perceber que seus ciclos são semelhantes aos da terra, e deixa a energia da natureza fluir dentro de si, tornando sua mente mais criativa, adquirindo uma consciência mais ampla, e criando mais confiança em si e nos caminhos que decidiu escolher seguir. O encontro com o sagrado feminino ocorre de dentro para fora, descobrindo sua própria força e essência, compreendendo e aceitando melhor seus próprios ciclos naturais como a menstruação, a gestação, a menarca, a menopausa, os sinais da idade e ate a morte.
     Todas as mulheres que decidiram buscar o sagrado feminino receberam um chamado interior, e independente do caminho que decidiram trilhar, todas seguem em rumo ao mesmo desafio: entrar em um caminho de energias cíclicas, quebrar os padrões e retomar as raízes, curar o planeta e o coração humano, levando a Terra a uma nova vibração.




Gratidão.
Abençoados sejam.
Bruxa Nimueh de Ísis

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